Diário de uma rapariga desaparecida
de Marsha Forchuk Skrypuch
Oficina do Livro
Novembro de 2016
2º e 3º ciclos
Narrativa ficcional que nos conduz, através dos
olhos de uma criança, aos meandros da realidade confusa das chamadas “crianças
roubadas” em pleno apogeu do nazismo alemão. Nesta história ficamos a conhecer
Nadia, uma criança de 12 anos que sobrevive aos horrores da 2ª Guerra Mundial,
e que emigra, com os “seus” pais (um jovem casal ucraniano, Marusia e Ivan)
para o Canada, com o intuito de aí iniciarem uma vida nova.
“Sentia-me
contente por ter finalmente saído daquele maldito campo de deslocados de guerra
onde passáramos cinco anos. De certa maneira, até me sentia contente por estar
no Canadá, porque ficava bem longe da minha vida anterior.” (pág.13)
Nadia, não se recorda de grande parte da sua vida,
de vez em quando tem uma espécie de visões misteriosas sobre o seu passado. Não
sabe ao certo quem é mas a sua aparência tão diferente da das outras crianças
causa-lhe alguns dissabores:
“- É isso que tu
me lembras – disse, por fim.
- O quê?
- Com esse
cabelo e esses olhos? Uma nazi.” (pág.46)
Esta incerteza inquieta-a “Queria
lembrar-se daquele tempo. Se conseguisse encaixar as peças do puzzle, talvez os
pesadelos acabassem.” (pág.58)
A pouco e pouco as suas “visões” tornam-se mais
fequentes, acrescentando mais peças ao puzzle e mais dúvidas a Nadia “Se eu conhecia Hitler – Hitler em pessoa- só podia ser
nazi. Que estaria a Marusia a esconder-me?” (pág.69)
Quem será VERDADEIRAMENTE Nadia?
Apesar de se tratar de uma ficção, este livro,
apresenta-nos uma realidade, ainda pouco divulgada, mas muito comum na época
nazi: dado que a população ariana não crescia ao ritmo desejado, a solução
passou por procurar crianças com caraterísticas arianas (crianças pobres, órfãos,
mendigos…crianças de quem não se notaria a falta), “roubá-las”, fazê-las crer
que os seus verdadeiros pais eram alemães e que com eles deveriam viver
doravante. Estas crianças seriam educadas e treinadas nos valores nazis…tratava-se
de mais um dos planos nazis, desta feita o Programa Lebensborn.