O Dia Mundial da Alimentação comemora-se a 16 de outubro!
As Bibliotecas Escolares sugerem-te histórias divertidas onde podes aprender mais sobre alimentos saudáveis e saborosos.
Hoje vamos conhecer a história A Ovelhinha que Veio Para o Jantar, de Steve Smallman.
Num dia muito frio, um lobo, velhinho e com muita fome, recebe inesperadamente a visita de uma ovelhinha. Mal olhou para ela, o lobo começou logo a planear um belo ensopado de borrego... Mas a ovelhinha só queria ser amiga dele!
O que vai acontecer?
―
Oh não! OUTRA VEZ sopa de legumes! ― queixou-se o lobo, que já era velhinho.
―
Quem me dera ter uma ovelhinha aqui à mesa. Fazia já um belo ensopado de
borrego!
Eis
senão quando…
TRUZ!
TRUZ!
Quem
batia à porta era uma linda ovelhinha!
―
Posso entrar? ― perguntou ela.
―
Claro, minha querida! A casa é tua! Vieste mesmo à hora do jantar ― disse o
lobo que, para além de ser velhinho, também era muito matreiro…
A
ovelhinha estava cheia de frio.
―
BRRRR! BRRRR! ― fazia ela a tremer.
―
Mas que azar o meu! ― sussurrou o lobo. ― Logo me calhou uma ovelhinha
congelada! Não gosto de comida assim!
Então,
o lobo lembrou-se de pôr a ovelhinha ao pé da lareira para ela se aquecer e, todo apressado, foi procurar a sua receita preferida de ensopado de borrego.
Mnham
mnham!... Já lhe crescia água na boca só de pensar no seu delicioso repasto.
Mas
não era só o lobo que estava com fome. A barriga da ovelhinha também já estava
a dar horas…
―
Mas que azar o meu! ― pensou o lobo. ― Não posso comer uma ovelhinha toda
esfomeada! Até me podia fazer mal ao estômago!
Então
o lobo ofereceu à ovelhinha uma cenoura.
―
Assim, já tenho borrego recheado!
A
ovelhinha devorou a cenoura tão depressa que ficou com soluços.
HIC,HIC,
HIC! ― fazia ela sem parar.
―
Ai, ai! Que azar o meu! ― lamentou-se o lobo. ― Quem é que come uma ovelhinha
cheia de soluços? Até pode ser contagioso!
O
problema é que o lobo não percebia nada de soluços.
Como
é que se acabava com eles?
―
E se eu atirasse a ovelhinha ao ar?
HIC!
Mas
não resultou.
―
E se eu a virasse ao contrário?
HIC!
Mas
não resultou.
―
E se eu a abanasse de um lado para o outro?
Mas
também não resultou.
Então
o lobo pegou na ovelha ao colo e começou a dar-lhe palmadinhas nas costas com a
sua pata enorme coberta de pêlos!
Os
soluços da ovelhinha não tardaram a passar e ela adormeceu num instante,
enroscada no pescoço do lobo.
O
lobo, que já era velhinho, ficou muito embaraçado porque nunca tinha sido
abraçado pelo seu futuro jantar. E como seria de esperar, a fome, afinal, já
nem era tanta…
A
ovelhinha ressonava baixinho encostada às orelhas do lobo.
―
RRRROOONCHHH! RRRROOONCHHH! ― fazia ela.
―
Que azar o meu! ― queixou-se o lobo. ― Como é que vou comer uma ovelha que está
a ressonar?
O
lobo sentou-se na cadeira de balouço ao pé da lareira, com a ovelhinha nos
braços.
―
Já nem me lembro da última vez que alguém me fez uns mimos! ― reconheceu o
lobo.
Mas
assim que o lobo começou a cheirar a ovelhinha, ficou deliciado com o seu
perfume!
―
OHHH! ― suspirou o lobo. ― Se eu a comesse depressa ela nem sequer dava por
isso.
E
quando o lobo se preparava para engolir a ovelhinha…
…ela
acordou e deu-lhe um grande beijinho! CHUAC!
―
NÃÃOOO! ― gritou ele. ― Isso não vale! Eu sou um lobo mau e tu és um ensopado!
―
Um enlatado? ― perguntou a ovelhinha a sorrir.
E
confessou: ― Eu sei lá o que é isso!
―
Que é que eu faço à minha vida?! ― exclamou o lobo. ― Bom, vais mesmo ter de te
ir embora!
Muito
decidido, o lobo pôs a ovelhinha na rua, mas primeiro deu-lhe um agasalho.
―
SOME-TE DAQUI!!! ― gritou. ― Se ficares, como-te e depois já não te podes
arrepender.
E
com um grande estrondo fechou a porta. BANG!
Lá
fora, a noite era escura e fria. E a ovelhinha não parava de bater à porta.
―
Oh, Loobo! Looobo? ― suplicava ela. ― Deixa-me entrar!
Mas
o lobo, que já era velhinho, tapou as orelhas com as patas e pôs-se a cantar
“LA, LA, LA, LA, LA, LA, LA!” até a ovelhinha se calar.
Finalmente,
tudo estava em silêncio.
―
Ainda bem que ela já se foi embora! ― suspirou o lobo aliviado. ― Aqui ela não
estava em segurança. Um lobo velho e esfomeado como eu e sempre capaz do pior!
Mas
pouco depois, o lobo começou a pensar na ovelhinha, sozinha e desamparada na
escuridão da floresta.
―
Talvez morra de frio….
―
Talvez ela se perca…
―
Talvez caia nas garras de um bicho…
―
OH, NÃO! O QUE É QUE EU FUI FAZER? ― perguntou ele arrependido.
Sem
querer perder tempo, o lobo pôs-se de pé e abriu a porta. Mas infelizmente não
havia sinal da ovelhinha.
O
lobo, que já era velhinho, correu aos berros pela floresta fora:
―
Ovelhinha, ovelhinha, volta, não tenhas medo! Prometo que não te como!
Passado
muito, muito tempo, o velho lobo, triste e encharcado, regressou sozinho à sua
quinta. Estava mesmo desanimado.
Abriu
a porta e, qual não foi o seu espanto, quando viu a ovelhinha ao pé da lareira!
―
VOLTASTE! És mesmo tu? Não tens outro sítio para onde ir? ― perguntou o lobo
muito eufórico.
E
a ovelhinha abanou a cabeça, dizendo que não.
―
Que… que… queres ficar aqui co… comigo? ― convidou o lobo a gaguejar.
A
ovelhinha olhou para ele, olhos nos olhos.
―
E tu prometes que não me comes? ― quis saber ela.
―
NÃO! CLARO QUE NÃO! ― afirmou ele. Como e que eu podia comer uma ovelhinha que
precisa de mim? Até podia ficar com o coração partido…
A
ovelhinha sorriu e atirou-se para os braços do lobo, que já era velhinho.
―
Estás com fome, enlatado? ― perguntou ele.
―
Que tal uma sopinha de legumes?
Vitória
, vitória, acabou-se a história!
A história de um jantar que resultou numa grande amizade!
Boas leituras!