sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Diário de uma rapariga desaparecida



Diário de uma rapariga desaparecida

de Marsha Forchuk Skrypuch


Oficina do Livro

Novembro de 2016



2º e 3º ciclos



     Narrativa ficcional que nos conduz, através dos olhos de uma criança, aos meandros da realidade confusa das chamadas “crianças roubadas” em pleno apogeu do nazismo alemão. Nesta história ficamos a conhecer Nadia, uma criança de 12 anos que sobrevive aos horrores da 2ª Guerra Mundial, e que emigra, com os “seus” pais (um jovem casal ucraniano, Marusia e Ivan) para o Canada, com o intuito de aí iniciarem uma vida nova.

     “Sentia-me contente por ter finalmente saído daquele maldito campo de deslocados de guerra onde passáramos cinco anos. De certa maneira, até me sentia contente por estar no Canadá, porque ficava bem longe da minha vida anterior.” (pág.13)


     Nadia, não se recorda de grande parte da sua vida, de vez em quando tem uma espécie de visões misteriosas sobre o seu passado. Não sabe ao certo quem é mas a sua aparência tão diferente da das outras crianças causa-lhe alguns dissabores:

     “- É isso que tu me lembras – disse, por fim.

      - O quê?

      - Com esse cabelo e esses olhos? Uma nazi.” (pág.46)


    Esta incerteza inquieta-a “Queria lembrar-se daquele tempo. Se conseguisse encaixar as peças do puzzle, talvez os pesadelos acabassem.” (pág.58)


     A pouco e pouco as suas “visões” tornam-se mais fequentes, acrescentando mais peças ao puzzle e mais dúvidas a Nadia “Se eu conhecia Hitler – Hitler em pessoa- só podia ser nazi. Que estaria a Marusia a esconder-me?” (pág.69)


    Quem será VERDADEIRAMENTE Nadia?



   Apesar de se tratar de uma ficção, este livro, apresenta-nos uma realidade, ainda pouco divulgada, mas muito comum na época nazi: dado que a população ariana não crescia ao ritmo desejado, a solução passou por procurar crianças com caraterísticas arianas (crianças pobres, órfãos, mendigos…crianças de quem não se notaria a falta), “roubá-las”, fazê-las crer que os seus verdadeiros pais eram alemães e que com eles deveriam viver doravante. Estas crianças seriam educadas e treinadas nos valores nazis…tratava-se de mais um dos planos nazis, desta feita o Programa Lebensborn.