quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Cartas de Amor...Napoleão e Josefina

Coroação de Napoleão e Josefina, de Jacques-Louis David, Museu do Louvre
Carta de Napoleão para Josefina
Marmirolo, dia 29, Messider, 6 horas da tarde
(17 de julho de 1796)

"Desde que te deixei, andei sempre triste. A minha felicidade é estar perto de ti. Recordo incessantemente os teus beijos, as tuas lágrimas, o teu adorável ciúme (...). Há uns dias pensava que te amava, mas agora sinto que te amo mil vezes mais que na última vez que te vi. Desde que te conheci amo-te mais cada dia que passa, isto prova que a máxima de La Bruyère, que o amor vem de uma só vez, está errada. Tudo na Natureza tem um curso diferente e diferentes graus de evolução. Ah! Suplico-te, deixa-me ver alguns dos teus defeitos; sê menos bela, menos graciosa, menos afetuosa, menos perfeita principalmente.
(...)
Milhões de beijos (...)
BONAPARTE" (1)

Napoleão Bonaparte, incontornável figura da História, excecional chefe militar e auto coroado Imperador da França (da Europa e, porque não, do Mundo...se o seu sonho dominador se tivesse concretizado), viveu uma tumultuosa paixão por Josefina de Beauharnais. Casaram em 1796 mas a felicidade não foi o fio condutor do seu relacionamento...Na sua troca de correspondência temos, de um lado, um homem apaixonado, e de outro, uma mulher fria e distante. "O homem de imenso poder, tantas vezes implacável e incapaz de ser magnânimo ante as fraquezas alheias, conseguia, por amor, ser tolerante com o estilo de vida de Josefina, perdoando-lhe até as ausências e as subentendidas infidelidades. Poderia ele ter amado mais alguém desta maneira?" (2)



(1)in
 As grandes Cartas de Amor
seleção e coordenação de Elizabete Agostinho
Edições Guerra e Paz
1ª edição, janeiro de 2016
pág. 65
 
(2)in
 Grandes Histórias de Amor
José Jorge Letria
Edições Guerra e Paz
1ª edição, janeiro de 2017
pág.51