No âmbito da disciplina de História e Geografia de Portugal e do estudo do povo Romano, foi proposto aos alunos de 5º ano a realização de um mosaico. O resultado destes trabalhos esteve patente numa exposição, entre os dias 2 e 17 de março, na Biblioteca Escolar Ana Fonseca, da Escola Básica António Gião, com convite a toda a comunidade escolar.
Os mosaicos têm uma origem muito antiga e provavelmente surgiu com os mesopotâmicos por volta do terceiro milénio a.C. O “Estandarte de Ur” (produzido cerca de 3500 a.C.) é considerado o mosaico mais antigo encontrado até hoje, pertencente à região onde viviam os antigos mesopotâmicos (sumérios), atualmente região do Iraque. Em outras regiões, onde viviam os egípcios, bizantinos, persas, gregos e romanos, também foram descobertos mosaicos antigos, geralmente a adornar igrejas e sarcófagos, calçadas e espaços públicos. No ocidente, os maias e astecas também já conheciam o mosaico, por isso, há controvérsias quanto ao seu surgimento.
O termo mosaico provém do grego ‘mouseîn’, a mesma raiz que originou o termo música, ou seja, derivado das musas. Chegou-se a dizer que tal nome era devido a que no mundo clássico, se considerava uma arte tão magnífica que deveria ser inspirada pelas musas.
Na sua génese, um mosaico é uma obra composta por pequenas peças ou cubos - tesselas - talhadas a partir de diferentes tipos de materiais e cores, tais como pedra, barro/cerâmica, vidro ou conchas, entre outros, e colocadas por justaposição, sobre uma base de assentamento de cal e pó muito fino, vulgo cimento ou massa oleosa. Também se pode encontrar composições com madeira. As peças colocadas próximas formam um efeito visual (seja um desenho, figura, representação) que envolve organização, combinação de cores, de materiais e de figuras geométricas, além de criatividade e paciência.
Os trabalhos de mosaico são realizados sobre grandes superfícies planas, como paredes, chãos e tetos, mas também existem trabalhos adaptados a pequenos objetos e pequenos painéis.
Foi na Grécia helenística que se alcançou a perfeição desta arte, criando-se obras com temas complexos que descreviam a vida quotidiana e cenas mitológicas. Mas foi quando os romanos conquistaram a Grécia que estes incorporam os mosaicos nas suas construções e se especializaram nesta arte, desenvolvendo uma produção industrial e artística. Os artificies romanos criaram notáveis obras de arte musiva e espalharam o uso dessa técnica por todo o império. Pompeia, especificamente, foi um viveiro de mosaicistas que desde os poderosos e abastados até ao povo em geral apreciavam esta arte.
Os romanos utilizavam esta forma de revestimento para decorar principalmente pisos, mas também paredes e tetos. A nível temático os mosaicos romanos eram inspirados em tapetes e pinturas, pelo que são considerados pinturas feitas de pedra e pela sua durabilidade pinturas para a eternidade. Contemplavam desde motivos geométricos, florais, marítimos ou cenas do quotidiano, sagradas, de guerra, históricas, mitológicas e paisagens.
Ainda hoje podemos ver vestígios históricos de como este povo se expressava através desta técnica decorativa e que os alunos souberam representar muito bem.
Alunos e suas famílias puseram mãos à obra e surgiram mosaicos magníficos dando aso a mais um trabalho colaborativo entre escola/família. Mais uma vez, o apoio familiar foi fundamental.
Com este projeto, além de desenvolver o gosto pela disciplina e pela Escola e o respeito pelo passado, pretendeu-se conhecer e dar a conhecer um pouco mais da História nacional/regional em estreita ligação com os conteúdos lecionados na disciplina; sensibilizar para a valorização do património e para a utilização de materiais recicláveis e promover um maior envolvimento entre a escola e a família nas dinâmicas escolares.
Professora Maria Helina Dias
Referências bibliográficas:
https://www.todamateria.com.br/o-que-e-mosaico/ - acesso 04/03/2023
https://www.lisbonlux.com/lisboa/turismo/mais-belas-calcadas.html - acesso 04/03/2023
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mosaico - acesso 04/03/2023