quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Teatro "Ulisses": Entrevista a um Ator.

  
  A Companhia de Teatro EDUCA "nasceu" no ano letivo de 2009/2010, estreando-se no Auditório Carlos Paredes, em Lisboa, com o espetáculo "25 de Abril, História de uma Revolução". Desde então, o grupo tem vindo a crescer, sistematicamente, junto de alunos e de professores. Tem, presentemente, 91 espetáculos em cena e um grupo de 16 profissionais.


  Após assistir à atuação da peça “Ulisses” no Auditório Municipal de Reguengos de Monsaraz, no passado dia 13 de dezembro, um grupo de seis alunos das turmas A, B e C do 6º ano de escolaridade teve a oportunidade de falar com o ator que desempenhou o papel principal na representação. Curiosamente, Ulisses é também o nome próprio do ator entrevistado.


                       
ALUNO - Bom dia, em nome de todos os meus colegas, agradeço o facto de nos dar a possibilidade de fazer esta entrevista.
ATOR – É com todo o gosto!
ALUNO – Qual o seu verdadeiro nome, a sua idade e de onde é natural?
ATOR – Sou natural de Lisboa; tenho 38 anos e o meu nome é mesmo Ulisses. Chamo-me Ulisses Ceia.
ALUNO – Há quantos anos começou a fazer teatro?
ATOR – Comecei, como profissional, há 18 anos.
ALUNO – Ser ator foi desde sempre o seu sonho de criança? 
ATOR – Não, primeiro astronauta, depois cientista, ser jogador de futebol, como todos, e também gostava muito de desenhar, mas só quando fiz dezasseis ou dezassete anos, talvez, é que pensei assim.
ALUNO – Decidiu ser ator de comédia?
ATOR – Decidi ser ator, primeiro; depois foi comédia porque lhe acho mais piada. Também, nós somos aquilo que nos proporcionam e, muitas vezes, há mais oportunidade de fazer comédia do que drama.
ALUNO – Tem ainda outras profissões de sonho?
ATOR – Agora não! Quer dizer, se eu tivesse jeitinho, também seria jogador da bola e ganhava mais algum dinheiro.
ALUNO – Qual foi o papel que desempenhou na peça ULISSES?
ATOR – Ulisses fez de ULISSES (risos).
ALUNO – Gostou de representar essa personagem ou preferia ter sido escolhido para encarnar outra figura? 
ATOR – Olha, sinceramente gostava de fazer outras personagens.
ALUNO – Quais?
ATOR Uma qualquer, porque Ulisses é, supostamente, o mais sensato, o que tem menos piada, é o mais sério, é o que tem um texto mais elaborado, é o que tem o raciocínio mais maduro, por isso, é o que eu gosto menos de fazer. Gostava de ter tido mais liberdade para fazer mais brincadeiras do que aquelas que já faço. Se tivesse outras personagens, talvez pudesse fazê-lo. 
ALUNO – Há quantos anos está a peça ULISSES em cena?
ATOR – Acho que há três anos.
ALUNO – Quanto tempo demoraram os atores a ensaiar a peça para apresentá-la ao público pela primeira vez?
ATOR – Três semanas.
ALUNO – Já visitou, na realidade, algum dos lugares por onde andou Ulisses? 
ATOR – Não, mas há quem diga que Ulisses descobriu Lisboa! Não sabem a história de Ulisses? Tipo: Lisboa, a origem do nome “Lisboa” é Olisippo que significa “a cidade de Ulisses”, por isso, Ulisses na realidade visitou Lisboa! E eu já lá estive…
ALUNO – Mas qual o sítio que mais gostaria de visitar? 
ATOR – No mundo?
ALUNO – Não, na história.
ATOR – Na história?... Troia, porque não se sabe se existe ou não existe. Se eu a visitasse, era eu que a descobria (risos).
ALUNO – Há quantos anos é ator na Companhia de Teatro “Educa”?
ATOR – Há 8 anos que trabalho para esta Companhia.
ALUNO – Gosta de trabalhar nesta Companhia? Porquê?
ATOR – Adoro, porque é como se fosse minha! Estou aqui há muitos anos! Damo-nos muito bem!
ALUNO – Qual o palco que ainda não pisou e que um dia gostaria de pisar? E qual a personagem que mais gostaria de representar nesse palco? 
ATOR – Sei lá!… Já pisei cá, em Portugal, os palcos mais conhecidos do país. Mas se fosse no estrangeiro… não sei… não faço ideia… O que eu mais gostava de representar? O Otelo de Shakespeare; o Iago de Otelo; Iago é personagem da peça de Otelo e é a minha personagem preferida. Acho que é desafiante! E podia ser no Teatro Nacional.
ALUNO – Obrigada pela sua disponibilidade e desejamos-lhe boa sorte para o seu trabalho futuro.
Alunos das turmas A, B, C, do 6ºano.

domingo, 26 de janeiro de 2020

Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

  As Bibliotecas Escolares assinalam o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, celebrado anualmente a 27 de janeiro. Foi neste dia que, há 75 anos, o principal campo de concentração nazi de Auschwitz-Birkenau, na Polónia, foi libertado pelas tropas soviéticas.


Entrada do campo de Auschwitz-Birkenau
  Este é um dia em memória dos milhões de vítimas provocadas pelo genocídio da Alemanha nazi sobre judeus, ciganos, homossexuais, portadores de deficiência física e mental, opositores políticos, entre muitos outros, durante a II Guerra Mundial. 
  O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto foi criado pelas Nações Unidas em 2005. Em muitos países, Portugal incluído, decorrem diversas iniciativas de homenagem às vítimas do Holocausto, para que o horror nazi não caia no esquecimento e nunca mais se repita.

Porta de entrada no campo de Auschwitz-Birkenau
com a frase "Arbeit mach frei" (o trabalho liberta)

Prisioneiros libertados em Auschwitz-Birkenau
27 de janeiro de 1945

  Na tua Biblioteca podes consultar e requisitar diversos livros e filmes sobre o Holocausto. De entre muitas opções, sugerimos-te a leitura de  
O Violino de Auschwitz, de Maria Angels Anglada.

PNL - Livro recomendado para o Ensino Secundário
como sugestão de leitura

  "É dezembro de 1991 e, num concerto de homenagem a Mozart, em Cracóvia, a primeira violinista impressiona o seu colega de trio com um instrumento rústico e humilde. No dia seguinte, quando ele lhe pergunta como é que o obteve, uma notável história se revela: a da vida de Daniel, sobrevivente a Auschwitz. A inesperada relação com o comandante do campo e a posterior encomenda de um violino com as especificações de Stradivarius tornaram-se dois momentos decisivos na vida de Daniel no campo de concentração, sobretudo após descobrir o segredo por trás dessa tarefa."
Edições D.Quixote (texto adaptado)
Sobre a autora...

Maria Àngels Anglada nasceu em 1930 na cidade de Vic, Espanha. Licenciada em Filologia pela Universidade de Barcelona e especialista em textos clássicos, traduziu muitos deles do grego e do latim para o catalão. Autora de poesia, ficção, crítica literária e ensaio, trabalhou também como jornalista. A sua obra conta com diversos títulos, entre os quais Les Closes (1978), Sandàlies d'Escuma (1985) e O Violino de Auschwitz (1994), romance muito elogiado pelo público. Recebeu vários prémios pelo conjunto da sua obra. A escritora faleceu em 1999 na cidade de Figueres, Espanha. 

  O Violino de Auschwitz é uma bela história de resistência e superação. Lê e vais gostar.


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Para que nunca mais aconteça, importa não esquecer!

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Leituras na Planície

 As Bibliotecas Escolares apresentam o cartaz de divulgação do concurso "Leituras na Planície"
   Em breve daremos notícias sobre as fases e os participantes deste concurso de leitura.


Até lá, boas leituras!

sábado, 11 de janeiro de 2020

Sugestão de Leitura - Janeiro

  As Bibliotecas Escolares desejam a toda a comunidade educativa 
um Feliz Ano Novo!

  Para este mês de janeiro, sugerimos a leitura de Entre Amigos, de Amoz Oz. Neste livro de contos, o autor explora os relacionamentos entre amigos e inimigos, pais e filhos, homens e mulheres, crianças e adultos, numa escrita bela e comovente. 

Livro disponível na BE da ESCM
"Num conjunto de oito contos interligados, Entre Amigos recria a realidade de um kibutz. Durante os anos 1950, no imaginário kibutz Ykhat, vizinho de uma antiga aldeia árabe então abandonada, israelitas de diferentes origens e idades partilham um quotidiano de trabalho árduo e dedicado. O livro tem início com o solitário Tsvi Provizor, que se ocupa cuidadosamente dos jardins do kibutz, mas que no seu tempo livre lê jornais e escuta a rádio, espalhando com especial prazer notícias de tragédias e calamidades. O último conto incide sobre os últimos dias do velho sobrevivente do Holocausto, Martin Vandenberg, que acredita na abolição de todos os estados nacionais e numa fraternidade mundial e pacifista, coroada pelo uso do esperanto como idioma comum a todas as pessoas. Cada história compõe um eloquente retrato de um ideal de humanidade numa época intensa e contraditória."
Edições D. Quixote (texto adaptado)

Sobre o autor...


   Amoz Oz nasceu em Jerusalém, em 1939. Estudou Literatura e Filosofia na Universidade Hebraica de Jerusalém entre 1960 e 1963, período durante o qual publicou os seus primeiros contos. Iniciou uma carreira como jornalista e, na década de 70, fundou o movimento Peace Now, em defesa da constituição conjunta dos Estados de Israel e da Palestina. 
  A sua vasta obra literária inclui diversos contos, romances e ensaios, onde, numa escrita clara e luminosa, relata as pequenas e grandes histórias que compõem o passado e o presente de Israel. Em 1991 tornou-se membro da Academia da Língua Hebraica. Os seus livros receberam diversos prémios e distinções, de entre os quais se destaca o Prémio Goethe, em 2005, e o Prémio Príncipe das Astúrias, em 2007. Amoz Oz faleceu em Jerusalém, Israel, em 2018. 

BOAS LEITURAS